terça-feira, 13 de março de 2018

Soneto (Álvares de Azevedo)


 Soneto declamado por Luís Gustavo, aluno do 2º C, da U.E. Demerval Lobão, Angical PI.


Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é
  1. A
     
    a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
  2. B
     
    a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
  3. C
     
    o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
  4. D
     
    o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
  5. E
     
    o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

resolução

O fundamento desse lirismo é uma melancolia que inviabiliza qualquer possibilidade de reação diante da perda, confirmado nos versos: “Do leito embalde no macio encosto/ Tento o sono reter!... já esmorece/ O corpo exausto que o repouso esquece.../Eis o estado em que a mágoa me tem posto!”.

RESPOSTA CORRETA: B


FONTE:

http://educacao.globo.com/provas/enem-2010/questoes/117.html

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