Um certo tipo de função psicológica é
talvez a primeira coisa que nos ocorre quando pensamos no papel da literatura.
A produção e a fruição desta se baseiam numa espécie de necessidade universal de
ficção e de fantasia, que de certa forma é coextensiva ao homem, por aparecer invariavelmente em sua vida, como indivíduo e como grupo, ao lado da satisfação
das necessidades mais elementares. E isto ocorre no primitivo e no civilizado,
na criança e no adulto, no instruído e no analfabeto. A literatura propriamente
dita é uma das modalidades que funcionam como resposta a essa necessidade
universal, cujas formas mais humildes e espontâneas de satisfação talvez sejam
coisas como a anedota, a adivinha, o trocadilho, o rifão. Em nível complexo
surgem as narrativas populares, os cantos folclóricos, as lendas, os mitos. No
nosso ciclo de civilização, tudo isto culminou de certo modo nas formas
impressas, divulgadas pelo livro, o folheto, o jornal, a revista: poema, conto,
romance, narrativa romanceada.
Mais recentemente, ocorreu o boom das
modalidades ligadas à comunicação pela imagem e à redefinição da comunicação
oral, propiciada pela técnica: fita de cinema, radionovela, fotonovela,
história em quadrinhos, telenovela. Isto, sem falar no bombardeio incessante da
publicidade, que nos assalta de manhã à noite, apoiada em elementos de ficção,
de poesia e em geral da linguagem literária.
Portanto,
por via oral ou visual; sob formas curtas e elementares, ou sob complexas
formas extensas, a necessidade de ficção se manifesta a cada instante; aliás,
ninguém pode passar um dia sem consumi-la, ainda que sob a forma de palpite na
loteria, devaneio, construção ideal ou anedota. E assim se justifica o
interesse pela função dessas formas de sistematizar a fantasia, de que a
literatura é uma das modalidades mais ricas.
boom: crescimento rápido, ação intensa.
fruição: ato ou efeito de fruir, isto é, de aproveitar ou desfrutar prazerosamente algo.
rifão: espécie de provérbio popular que transmite um ensinamento moral.
fruição: ato ou efeito de fruir, isto é, de aproveitar ou desfrutar prazerosamente algo.
rifão: espécie de provérbio popular que transmite um ensinamento moral.
( Antonio
Candido )
A PROPÓSITO DO TEXTO
1. De acordo com Antonio Candido, a literatura satisfaz uma necessidade essencial do ser humano.
a) Qual é essa necessidade?
É A NECESSIDADE DE FICÇÃO E FANTASIA
b) Qual o perfil das pessoas que têm essa necessidade?
OS SERES HUMANOS EM GERAL TÊM ESSA NECESSIDADE, INDEPENDENTEMENTE DE SUA FORMAÇÃO ESCOLAR OU DE SUA POSIÇÃO SOCIAL.
Gostei muito me ajudou bastante
ResponderExcluirEspero que ajude mais pessoas e continue postando
#SeguidorFiel
Abraços, meu querido!
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