sábado, 29 de fevereiro de 2020

MELHORES AMIGOS


                              
  
   Tudo começou em 18 de fevereiro de 2019, quando soube com quem eu iria estudar no 1º ano do ensino médio. Esse ano foi marcado por várias aventuras que vou levar para a minha vida toda.
     Não tenho como dizer que todos os momentos foram bons, pois também tivemos a despedida de uma pessoa que eu confiava muito e de quem sinto muita falta, pois gostava de contar meus segredos para ela e desabafar durante minhas crises de ansiedade.
     Mas ainda sobraram amigos para aguentar minhas loucuras diárias, como a Clara Luíza e o Wesley. Eles me fazem rir nos piores momentos e são anormais, além de sempre me pedirem “cola”.
     Com eles eu me sinto completa, e sei que sou chata, pois as vezes não sei como eles me aturam. Amo fazer eles rirem, tirar a concentração durante a aula (principalmente a do Wesley). Além desses, também tenho outros, como um ser humano com quem eu sempre desabafo, que me dá conselhos e também lanches quando vou para sua casa.
     Todas essas pessoas são muito importantes para mim, e como diz o ditado, são da escola para a vida.
                                                                 
                                                           Clévia Barbosa


RECONSTRUÇÃO INTERIOR


                                   

     O ano era 2018, mais precisamente 18/02, quando se iniciou o período letivo. Estávamos todos ansiosos para saber quem seriam nossos professores, e para a surpresa de todos, aquela professora que estava conosco desde o 6º ano, não iria nos dar aula de Língua Portuguesa no 9º ano.
     No dia seguinte, entrou o nosso novo professor, Serginho, o qual foi muito carismático e um ótimo profissional. Passamos um bom período com ele, até que ele nos contou que não iria mais nos dar aula.
     Todos ficamos indignados com a notícia e fizemos o possível para que ele ficasse com a gente, porém, nossas tentativas foram em vão. Depois de dois meses de convivência com o mesmo, não queríamos abrir espaço para a nossa nova professora, Cristiany Vasconcelos. Contudo, com o passar do tempo, vimos que ela, sem dúvidas, era a melhor professora de Língua Portuguesa.
     O medo e a vergonha faziam com que no meu subconsciente eu tivesse receio de me expressar em sala de aula. Mas a professora Cris, essencial na minha vida, abriu portas que pareciam sempre estar entreabertas para a minha liberdade de expressão.
     Ela não só me ensinou todas aquelas regrinhas gramaticais, mas também que nas aulas poderíamos falar da vida, do futuro e dos nossos sonhos. Todas as suas aulas eram mágicas.
     Sua torcida por mim era e ainda é muito grande, pois ela me apoiava, orientava e me mostrava que além de uma professora, eu tinha uma amiga. Ela me fez entender realidades que passavam despercebidas por mim. Gratidão é a palavra e o sentimento que tenho e devo, pois nunca irei esquecer aquelas seis aulas de Língua Portuguesa nos três dias da semana.
                                                                                            (Clara Luíza)            

A PERDA DE UMA GRANDE MULHER




       Tudo aconteceu no dia 15 de janeiro, no ano de 2005. Minha avó era uma mulher muito batalhadora, linda, que sempre lutava por sua família, e que desde o momento que eu saí da barriga da minha mãe, ela cuidou de mim, sempre com todo carinho, afeto e um amor incondicional.
      Ela era uma rainha, e a velhinha mais linda que existia no mundo. Eu não me lembro exatamente de seu rosto, nem de como ela era, pois quando ela faleceu eu tinha apenas 3 aninhos.
      Bom, tudo começou quando ela foi para Barras, uma cidade onde moram meus familiares. Ela saiu de Angical muito bem, mas quando chegou ao seu destino começou a sentir-se um pouco mal, pois sua pressão baixou por causa de sua diabetes. Todo cuidado é pouco para essa doença, doença essa que levou minha querida e amada avó.
      Enfim, chegando em Barras, ela começou a sentir cansaço e fraqueza, até que um dia ela se sentiu muito mal, sua pressão baixou ainda mais e ela foi ao hospital. Chegando lá, os médicos resolveram deixá-la internada. Ela passou alguns dias no hospital, e assim que minha mãe soube, foi às pressas vê-la.
       Ao chegar lá, minha avó teve um derrame muito avançado e não suportou, mesmo com todo o esforço dos médicos. Então, na tarde do dia 15 de janeiro de 2005, ela faleceu. Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo, por conta da minha idade. Só me lembro da minha mãe chorando e eu perguntando o que acontecia ali. Ela tentou me explicar de uma forma menos dolorosa e disse: “Filhinha, a mamãe tá chorando porque a vovó fez uma viagem bem longa e sem volta”. E logo em seguida, me deu um abraço forte e continuou a chorar.
      Com o passar dos dias eu comecei a sentir falta da minha avó e a pensar que a história que minha mãe havia falado era realmente verdade, já que até o momento ela não tinha voltado. Eu sinto muita falta dela e as vezes me pergunto como seria se ela estivesse comigo hoje e como seria bom ver o seu rostinho todos os dias da minha vida. Muitas vezes também sinto falta de um “abraço de vó” e aquele carinho que só vó sabe dar.
     Vozinha, saiba que independentemente de onde a senhora estiver, eu te amo muito e sei que está cuidando de mim. Minha velhinha, queria muito você aqui comigo, para poder cuidar da senhora. Quase todos os dias eu   choro por sentir tanto sua falta. Agora a senhora é uma estrela que está sempre iluminando meu caminho e me dando forças para seguir em frente, pois mesmo não estando aqui, sinto que cuida de mim.
Te amo muito, minha estrela!
 (Valéria)




UMA FUGA DE MUITA EMOÇÃO


                                  


Essa aventura aconteceu no dia 07 de junho de 2018. Numa bela manhã, eu estava indo para a escola, como eu fazia todos os dias. Ainda estava cursando o nono ano do ensino fundamental.
Logo que cheguei a minha sala, “dei de cara” com a minha amiga “Medusa”. Imediatamente começamos a conversar. De repente, ela teve a brilhante ideia de fazermos uma pequena fuga até a cidade próxima, Santo Antônio dos Milagres, porque lá mora uma amiga nossa, a “Maria Flor”. Eu não pensei duas vezes e aceitei fazer essa fuga com ela.
Fomos à mesa da Maria Flor e falamos da nossa ideia de ir visitá-la. Ela aceitou logo. Terminada a aula, fui para casa almoçar. Não parei de pensar nessa loucura que íamos fazer e fiquei com muito medo de alguém descobrir. Mas não desmarquei e fui à casa da Medusa.
Quando eu cheguei lá, ela estava toda maquiada para a pequena fuga. Saímos de moto. Porém, ao chegarmos no Montevidéu, começou a chover. Fiquei todo molhado e a maquiagem da minha amiga derreteu. Não aguentei sem sorrir. Em seguida ela disse que queria levar a moto. Bateu um pouco de medo de cairmos, mas mesmo assim entreguei-lhe a chave. Medusa provou que realmente sabia pilotar uma moto. Não faltava muito para chegarmos até a casa de Maria Flor. No caminho, paramos na casa de uma amiga da Medusa. Seguimos e chegamos ao nosso destino.
Maria Flor percebeu que estávamos com muito frio e foi buscar toalhas para nós dois. Esperamos a chuva passar, conversamos até a hora de irmos embora.
Quando estávamos voltando para Angical, Medusa teve outra ideia: queria ir visitar outra amiga que morava em São Gonçalo. Como sempre, eu topei. Como eu estava molhado, seria bom porque o vento secaria a minha roupa e lá em casa ninguém desconfiaria de nada.
No caminho, no meio da estrada, havia vários bodes. Daí pedi que ela tivesse bastante cuidado para não atropelar nenhum. Deu tudo certo. Chegamos na casa da Gaby e passamos um bom tempinho por lá. Ainda pensei em chamá-las para irmos em Hugo Napoleão. Mas essa ideia só ficou no meu pensamento mesmo. Medusa e eu nos despedimos da Gaby e dessa vez voltamos para Angical de verdade.
                                                                    
 
                                                                                        WESLEY GOMES














UM MARAVILHOSO RECOMEÇO!



Olá, meus queridos leitores!
Tudo começou numa tarde no Campus IFPI de Angical. Às 14:00h recebi uma ligação da minha mãe. Algo de surpreender, pois ela não era de fazer ligações. A primeira palavra que ela disse foi “POSITIVO”. Eu já sabia do que se tratava, porque tinha percebido que sua menstruação estava atrasada, mas pensei que fosse normal.
Quando ela me deu a notícia de que estava grávida, aquilo me abalou. Comecei a chorar na aula. Pensei “Meu Deus, eu vou ter um irmão depois de já ter quinze anos? ”. Contei aquela notícia para todos da minha sala. Todos ficaram felizes, menos eu, pois não sabia nem como reagir à situação.
Esse tempo foi um período em que eu estava mal, andava triste, e tempos antes eu estava me automutilando todos os dias. Durante as madrugadas eu me cortava perto dos pulsos, além de outras partes do corpo também. Aqueles cortes acabavam com a tristeza que eu tinha. Havia marcas no corpo e na alma. Era algo sem fim.
Numa dessas noites, o corte foi profundo e bastante sangue escorria nas minhas pernas. Minha mãe entrou no meu quarto e viu aquela cena. No mesmo momento ela me abraçou, sentou-se no chão e começou a bater em si mesma e a perguntar por que eu fazia aquilo. Disse que se sentia culpada.
Depois daquele momento, eu percebi que ninguém sentiria mais a minha falta do que a minha mãe. Nem amigos, nem parentes, nem meu namorado. Mas minha mãe, ela sim, lembraria de mim todos os dias. Pensei “Eu nunca vou abandoná-la! ”. E que aquele bebê também seria quase meu.
Eu vi o seu desenvolvimento, a primeira ultrassonografia, escutei o seu coraçãozinho bater. Todos os meus dias foram melhorando com aquela criança. Depois descobrimos que era um MENINO. Nossa! Que lindo!
No dia 30 de novembro de 2018 minha mãe foi ao hospital, pois a sua bolsa havia estourado. Ela e o bebê tiveram problemas na hora do parto. Ele estava com dificuldades para respirar. Minha mãe tinha perdido todo o líquido amniótico. Ela ficou entre a vida e a morte. E foi naquele momento que eu tive a certeza de que Deus existe, pois todos na sala de parto começaram a rezar, até mesmo o médico. Depois disso, nasceu ele, CARLOS EDUARDO, na manhã do dia primeiro de dezembro. Foi um momento lindo, parecia uma chama no meu coração de tanta alegria. Ele se tornou meu mundo. As minhas lágrimas de todas as noites secaram.
Quando vejo aquele sorriso percebo que se eu tivesse ido embora, teria perdido aquilo tudo. Ele me faz feliz todos os dias e nem sabe ainda. Percebi que Deus faz tudo certo. Enviou uma luz quando eu estava na escuridão. Depois dele, mudei completamente os meus atos, o meu modo de viver. Um maravilhoso RECOMEÇO!


                                                   MARIA CLARA (U. E. DEMERVAL LOBÃO)