Olá, meus queridos leitores!
Tudo começou numa tarde no Campus IFPI de
Angical. Às 14:00h recebi uma ligação da minha mãe. Algo de surpreender, pois
ela não era de fazer ligações. A primeira palavra que ela disse foi “POSITIVO”.
Eu já sabia do que se tratava, porque tinha percebido que sua menstruação
estava atrasada, mas pensei que fosse normal.
Quando ela me deu a notícia de que estava
grávida, aquilo me abalou. Comecei a chorar na aula. Pensei “Meu Deus, eu vou
ter um irmão depois de já ter quinze anos? ”. Contei aquela notícia para todos
da minha sala. Todos ficaram felizes, menos eu, pois não sabia nem como reagir
à situação.
Esse tempo foi um período em que eu estava
mal, andava triste, e tempos antes eu estava me automutilando todos os dias. Durante as madrugadas eu me cortava perto dos pulsos, além de outras partes do
corpo também. Aqueles cortes acabavam com a tristeza que eu tinha. Havia marcas
no corpo e na alma. Era algo sem fim.
Numa dessas noites, o corte foi profundo e
bastante sangue escorria nas minhas pernas. Minha mãe entrou no meu quarto e
viu aquela cena. No mesmo momento ela me abraçou, sentou-se no chão e começou a
bater em si mesma e a perguntar por que eu fazia aquilo. Disse que se sentia
culpada.
Depois daquele momento, eu percebi que ninguém
sentiria mais a minha falta do que a minha mãe. Nem amigos, nem parentes, nem
meu namorado. Mas minha mãe, ela sim, lembraria de mim todos os dias. Pensei
“Eu nunca vou abandoná-la! ”. E que aquele bebê também seria quase meu.
Eu vi o seu desenvolvimento, a primeira
ultrassonografia, escutei o seu coraçãozinho bater. Todos os meus dias foram
melhorando com aquela criança. Depois descobrimos que era um MENINO. Nossa! Que
lindo!
No dia 30 de novembro de 2018 minha mãe foi ao
hospital, pois a sua bolsa havia estourado. Ela e o bebê tiveram problemas na
hora do parto. Ele estava com dificuldades para respirar. Minha mãe tinha
perdido todo o líquido amniótico. Ela ficou entre a vida e a morte. E foi
naquele momento que eu tive a certeza de que Deus existe, pois todos na sala de
parto começaram a rezar, até mesmo o médico. Depois disso, nasceu ele, CARLOS
EDUARDO, na manhã do dia primeiro de dezembro. Foi um momento lindo, parecia
uma chama no meu coração de tanta alegria. Ele se tornou meu mundo. As minhas
lágrimas de todas as noites secaram.
Quando vejo aquele sorriso percebo que se eu
tivesse ido embora, teria perdido aquilo tudo. Ele me faz feliz todos os dias e
nem sabe ainda. Percebi que Deus faz tudo certo. Enviou uma luz quando eu
estava na escuridão. Depois dele, mudei completamente os meus atos, o meu modo
de viver. Um maravilhoso RECOMEÇO!
MARIA CLARA (U. E. DEMERVAL LOBÃO)