domingo, 20 de março de 2022

Rosa de Hiroshima, de Vinicius de Moraes (EXERCÍCIOS COM GABARITO)

                            

Rosa de Hiroshima (Vinicius de Moraes)

 


Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A antirrosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa, sem nada

 

ATIVIDADES DE LEITURA

1. Qual é o assunto do poema de Vinícius de Moraes?

O poema fala da bomba de Hiroshima e denuncia o horror da guerra.

2. Procure explicar seu título.

A palavra “rosa”, neste título, é muito significativa. Ela remete à imagem da explosão da bomba, uma imagem de horror. Vinícius de Moraes desconstrói a associação da rosa com a beleza e a delicadeza para falar de uma rosa destrutiva, a bomba, a antirrosa.

3. Na primeira parte do poema, o poeta pede que pensemos nas crianças, meninas, mulheres, vítimas da bomba.

3.1. Sinalize, no texto, os adjetivos que caracterizam as vítimas da guerra atômica.

3.2. Procure explicar o sentido desses adjetivos.

Os adjetivos podem ser lidos como referência aos terríveis traumas psicológicos (“mudas/telepáticas”) ou físicos (“cegas/inexatas”), deixados pela guerra. A qualificação das mulheres como “rotas alteradas” faz referência às alterações genéticas que se verificaram, tempos depois, nos filhos das mulheres que sofreram a guerra atômica.

4. Na segunda parte do poema, o poeta qualifica a Rosa de Hiroshima como uma antirrosa.

4.1. Destaque, no texto, os adjetivos que ele utiliza para qualificar a rosa.

4.2. Procure explicar o sentido desses adjetivos.

A rosa hereditária, radioativa – os adjetivos fazem referência ao poder destrutivo da bomba, às deformações genéticas que deixou em muitas gerações.

A rosa estúpida e inválida – com essa adjetivação o poeta condena a bomba, a guerra.

A bomba é a rosa “sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada” – a bomba é a rosa que não é rosa.

                                                                            BONS ESTUDOS!

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