A despedida
Lembro-me muito bem. Era dia 10 de
abril de 2015, uma sexta-feira, data da viagem do meu irmão para São Paulo.
Para muitas pessoas, alguém da sua família viajar, pode ser a coisa mais banal
do mundo, mas não pra mim. Apesar de ele já ter viajado outras vezes, dessa
vez, não sei por qual motivo eu estava tão triste. Talvez porque até hoje, ele
está morando lá.
Na manhã desse mesmo dia, eu não tive
tempo de conversar com ele, nem de me despedir direito. A viagem era à tarde e
eu estaria na escola.
As horas foram passando, até que
chegou a hora de ir pra escola e eu ainda não havia me despedido. Na sala de
aula o tempo não passava e pra completar tinha prova de matemática, que estava
acabando comigo. Eu não sabia se chorava ou se respondia a prova, porque eu não
conseguia me concentrar. Fiz o máximo possível pra terminar logo aquela prova.
Quando finalmente consegui entregá-la
ao professor, saí correndo desesperada para a rodoviária. Sorte minha que ele
ainda não tinha viajado e deu tempo de me despedir. Ficamos conversando, e
quando me dei conta, o ônibus já estava chegando. Nesse momento ele me abraçou
como nunca havia me abraçado. Senti uma lágrima caindo no meu rosto. Eu queria
que o tempo parasse naquele momento, mas isso era impossível.
Então me despedi. Fiz um esforço bem
grande pra não chorar na frente dele. Banquei a durona, mas quando cheguei em
casa, passei a noite inteira e o outro dia chorando. Como não dava pra parar o
tempo naquela tarde da despedida, eternizei aquele abraço no meu coração.
Irisneide, 1º C; U.E.Demerval Lobão. Novembro de 2017, Angical Pi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário