sábado, 25 de novembro de 2017

A despedida



                       A despedida

Lembro-me muito bem. Era dia 10 de abril de 2015, uma sexta-feira, data da viagem do meu irmão para São Paulo. Para muitas pessoas, alguém da sua família viajar, pode ser a coisa mais banal do mundo, mas não pra mim. Apesar de ele já ter viajado outras vezes, dessa vez, não sei por qual motivo eu estava tão triste. Talvez porque até hoje, ele está morando lá.
Na manhã desse mesmo dia, eu não tive tempo de conversar com ele, nem de me despedir direito. A viagem era à tarde e eu estaria na escola.
As horas foram passando, até que chegou a hora de ir pra escola e eu ainda não havia me despedido. Na sala de aula o tempo não passava e pra completar tinha prova de matemática, que estava acabando comigo. Eu não sabia se chorava ou se respondia a prova, porque eu não conseguia me concentrar. Fiz o máximo possível pra terminar logo aquela prova.
Quando finalmente consegui entregá-la ao professor, saí correndo desesperada para a rodoviária. Sorte minha que ele ainda não tinha viajado e deu tempo de me despedir. Ficamos conversando, e quando me dei conta, o ônibus já estava chegando. Nesse momento ele me abraçou como nunca havia me abraçado. Senti uma lágrima caindo no meu rosto. Eu queria que o tempo parasse naquele momento, mas isso era impossível.
Então me despedi. Fiz um esforço bem grande pra não chorar na frente dele. Banquei a durona, mas quando cheguei em casa, passei a noite inteira e o outro dia chorando. Como não dava pra parar o tempo naquela tarde da despedida, eternizei aquele abraço no meu coração.



Irisneide, 1º C; U.E.Demerval Lobão. Novembro de 2017, Angical Pi.

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