O recomeço
Chega um momento na nossa vida que
nada importa, nada interessa e o nosso maior desejo é o isolamento dentro de um
quarto sem que ninguém atrapalhe. Isso aconteceu comigo em 2014, quando eu
tinha 14 anos, e é algo que ultimamente vem acontecendo com milhares de jovens.
Essa sensação começa apenas como se fosse um dia ruim, mas o dia passa, a noite
chega e nada melhora.
Às 22:00h, eu no meu quarto estava,
deitada, agarrada ao meu velho ursinho, derramando um mar de lágrimas por algo
que eu não sabia exatamente o que era. Só sei que era uma das piores sensações
acompanhada de medo (atelofobia). Eu ficava sozinha em meio a outras péssimas
sensações. O pior de tudo foi encarar isso como depressão.
É muito difícil falar sobre depressão,
é doloroso, sombrio, ainda mais pra mim que passei dias lutando contra ela. Uma
luta que você perde várias vezes, porque a solidão nos sufoca. Algumas pessoas,
julgavam o meu comportamento triste como fraqueza, frescura; outras diziam que
eu só queria chamar atenção. Mas nada disso era verdade. Eu pedia ajuda,
gritava por socorro, só que em silêncio.
Passava pela mesma coisa todos os
dias. Queria ajuda, porém eu tinha muita vergonha de falar tudo o que eu estava
sentindo, porque até então, todas as pessoas que me dirigiam a palavra, era pra
me machucar. Elas não entendiam sobre o assunto.
Em um certo dia, pensei em me
suicidar. Não aguentava mais aquilo todos os dias: ausência da família e dos
amigos. Mas que pessoa eu seria? Desistiria fácil assim? Resolvi tentar mais
uma vez. Apeguei-me a Deus e todos os dias eu lutava contra aqueles sentimentos
ruins.
Então, entrou uma pessoa na minha vida
que me ajudou diariamente, sem nenhuma falha. Todas as recaídas que eu tive,
ele estava ali pra me ajudar a levantar. Um amigo que jamais vou esquecer.
Diante disso, minha autoestima foi aumentando. Cultivei o amor próprio, assim,
os sorrisos foram voltando. E o sol voltou a brilhar novamente através de muito
apoio, coragem e muita fé em Deus. Aliás, a fé é algo que todos devem ter,
porque a luta é grande e Deus nunca falha.
Hoje sou uma pessoa melhor, que passa por
muitas coisas todos os dias; porém sou mais forte. Não preciso de máscaras, e
durmo com a certeza de que o amanhã a Deus pertence, que Ele está cuidando de
tudo. Eu consegui, eu superei. Ajudo pessoas com início de depressão, e nada
mais me dá tanto orgulho do que o fato de vencer essa batalha junto com essas
pessoas. Aprendi que as coisas também dão errado, mas tudo vira aprendizado. O importante
é procurar sempre o equilíbrio em Deus.
Hellen Teixeira, 1ºC, U. E. Demerval Lobão. Novembro de 2017, Angical Pi.
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