Momento
comédia da minha infância
Houve um episódio marcante na minha
infância que eu nunca vou esquecer. Lembro-me como se fosse hoje. Eu tinha uns
quatro ou cinco anos e estudava na “Unidade Escolar Ana Dulce Ribeiro”, no 1º
ano do ensino fundamental. Minha professora chamava-se Gonçala. Não lembro a
data, mas sei que era uma sexta-feira e eu estudava à tarde.
Nesse dia, eu fui para a escola tão
feliz, bem vestida, toda de sainha nova. Eu sorria com o vento. Porém, tem um
ditado que diz que alegria de pobre dura pouco. Então entrei na sala de aula,
sentei na primeira fila. A professora havia mandado uma atividade para casa e
quem respondesse ganhava pontos. Após o intervalo seria a correção.
Chegada a hora, ela perguntou: “Quem
fez o exercício?”. E eu toda alegre respondi: “Eu fiz, professora!”. Ela pediu
que eu levasse o caderno para verificar se estava tudo certo.
No momento que eu levantei da minha
cadeira e comecei a caminhar até a professora, minha calcinha caiu. O pior é
que eu nem senti quando ela caiu. Mas todos começaram a rir de mim. Olhei para
o chão e vi minha calcinha sobre os meus pés, eu não aguentei e comecei a
chorar. A professora mandou a turma toda calar a boca, mas ninguém parava. Ela se
fazia de durona, até que começou a rir também.
Então, como eu não parava de chorar, a
professora mandou os alunos pra casa mais cedo e ficou só comigo na sala. Pegou
uma “xuxa” do meu cabelo e amarrou minha calcinha. Fui embora em seguida, mesmo
sabendo que quando eu saísse da sala, todos os colegas iriam zombar de mim.
Segui minha viagem.
Passei o final de semana sem colocar
“a cara” para fora de casa. Na segunda-feira, quando acordei e lembrei que
tinha que ir para a escola, veio-me uma sensação tão ruim que eu não sabia o
que fazer. Então pensei: “Vou sorrir! Mesmo triste, vou levantar após cair.”
Sempre fui feliz, persistente e forte acima de tudo.
Devemos seguir sempre e lembrar dos
obstáculos que já superamos, porque ninguém é perfeito e a vida é cheia de
altos e baixos. E também minha vida é assim, pura comédia.
Simplicidade
(pseudônimo), 1º C, U.E.Demerval Lobão. Angical PI, outubro de 2017.
A adolescente
criança
Quando somos crianças tudo parece ser
mágico, principalmente quando se é menina saindo do mundo infantil e entrando
na adolescência. As coisas vão se tornando diferentes e começamos a perceber
mudanças no nosso corpo. O pior é que todos observam essas mudanças e isso
passa a se tornar um “mico”. Eu tinha doze anos e me sentia uma verdadeira
criança; embora as crianças de hoje queiram ser adolescentes a partir dos nove.
Então, era 2011, e eu tinha meus 12
anos. Completaria 13 apenas em novembro. Fui estudar numa escola de Amarante.
Eu tinha uma mentalidade muito infantil, não conhecia certas coisas de adultos.
Eu só pensava em bonecas, mas entrei numa turma cheia de pré-adolescentes que
pensavam como adolescentes.
Estávamos ainda na primeira semana de
aula, aula de educação física, ou melhor, aula prática no pátio da escola e
todos foram para a quadra. Lá, íamos jogar bola, mas antes tínhamos que fazer
alongamento. Quando alonguei os braços para cima, todos os alunos estavam
olhando pra mim e eu ali sem entender nada. Continuei com os braços levantados
e todos estavam fazendo alongamento também, mas rindo o tempo todo e
cochichando. A professora pediu silêncio. Até que veio uma amiga e falou assim:
“Abaixa os braços, que eles estão cheios de pelos!”.
Eu fiquei muito envergonhada. Abaixei
os braços rapidamente e saí da quadra para a sala, como se nada tivesse
acontecido. Porém, morrendo de vergonha. Constrangimento maior porque tinha
umas meninas falando e olhando diretamente pra mim na sala de aula. Depois desse
episódio, aprendi sobre depilar as axilas e no decorrer do ano, fui me
adaptando à escola, enquanto a turma ia esquecendo aquela cena; embora de vez
em quando alguém ainda comentasse e os colegas caíam na risada.
Michelle, 1º C; U.E.Demerval Lobão, Angical Pi, outubro de 2017.
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