sábado, 28 de outubro de 2017

Relatos sobre "micos" na infância



                     Momento comédia da minha infância

Houve um episódio marcante na minha infância que eu nunca vou esquecer. Lembro-me como se fosse hoje. Eu tinha uns quatro ou cinco anos e estudava na “Unidade Escolar Ana Dulce Ribeiro”, no 1º ano do ensino fundamental. Minha professora chamava-se Gonçala. Não lembro a data, mas sei que era uma sexta-feira e eu estudava à tarde.
Nesse dia, eu fui para a escola tão feliz, bem vestida, toda de sainha nova. Eu sorria com o vento. Porém, tem um ditado que diz que alegria de pobre dura pouco. Então entrei na sala de aula, sentei na primeira fila. A professora havia mandado uma atividade para casa e quem respondesse ganhava pontos. Após o intervalo seria a correção.
Chegada a hora, ela perguntou: “Quem fez o exercício?”. E eu toda alegre respondi: “Eu fiz, professora!”. Ela pediu que eu levasse o caderno para verificar se estava tudo certo.
No momento que eu levantei da minha cadeira e comecei a caminhar até a professora, minha calcinha caiu. O pior é que eu nem senti quando ela caiu. Mas todos começaram a rir de mim. Olhei para o chão e vi minha calcinha sobre os meus pés, eu não aguentei e comecei a chorar. A professora mandou a turma toda calar a boca, mas ninguém parava. Ela se fazia de durona, até que começou a rir também.
Então, como eu não parava de chorar, a professora mandou os alunos pra casa mais cedo e ficou só comigo na sala. Pegou uma “xuxa” do meu cabelo e amarrou minha calcinha. Fui embora em seguida, mesmo sabendo que quando eu saísse da sala, todos os colegas iriam zombar de mim. Segui minha viagem.
Passei o final de semana sem colocar “a cara” para fora de casa. Na segunda-feira, quando acordei e lembrei que tinha que ir para a escola, veio-me uma sensação tão ruim que eu não sabia o que fazer. Então pensei: “Vou sorrir! Mesmo triste, vou levantar após cair.” Sempre fui feliz, persistente e forte acima de tudo.
Devemos seguir sempre e lembrar dos obstáculos que já superamos, porque ninguém é perfeito e a vida é cheia de altos e baixos. E também minha vida é assim, pura comédia.

 Simplicidade (pseudônimo), 1º C, U.E.Demerval Lobão. Angical PI, outubro de 2017.



                                  A adolescente criança

Quando somos crianças tudo parece ser mágico, principalmente quando se é menina saindo do mundo infantil e entrando na adolescência. As coisas vão se tornando diferentes e começamos a perceber mudanças no nosso corpo. O pior é que todos observam essas mudanças e isso passa a se tornar um “mico”. Eu tinha doze anos e me sentia uma verdadeira criança; embora as crianças de hoje queiram ser adolescentes a partir dos nove.
Então, era 2011, e eu tinha meus 12 anos. Completaria 13 apenas em novembro. Fui estudar numa escola de Amarante. Eu tinha uma mentalidade muito infantil, não conhecia certas coisas de adultos. Eu só pensava em bonecas, mas entrei numa turma cheia de pré-adolescentes que pensavam como adolescentes.
Estávamos ainda na primeira semana de aula, aula de educação física, ou melhor, aula prática no pátio da escola e todos foram para a quadra. Lá, íamos jogar bola, mas antes tínhamos que fazer alongamento. Quando alonguei os braços para cima, todos os alunos estavam olhando pra mim e eu ali sem entender nada. Continuei com os braços levantados e todos estavam fazendo alongamento também, mas rindo o tempo todo e cochichando. A professora pediu silêncio. Até que veio uma amiga e falou assim: “Abaixa os braços, que eles estão cheios de pelos!”.
Eu fiquei muito envergonhada. Abaixei os braços rapidamente e saí da quadra para a sala, como se nada tivesse acontecido. Porém, morrendo de vergonha. Constrangimento maior porque tinha umas meninas falando e olhando diretamente pra mim na sala de aula. Depois desse episódio, aprendi sobre depilar as axilas e no decorrer do ano, fui me adaptando à escola, enquanto a turma ia esquecendo aquela cena; embora de vez em quando alguém ainda comentasse e os colegas caíam na risada.


 Michelle, 1º C; U.E.Demerval Lobão, Angical Pi, outubro de 2017.









Nenhum comentário:

Postar um comentário