O meu
primeiro beijo
O meu primeiro beijo foi aos treze
anos, em junho de 2014. E quando eu tinha essa idade eu achava lindo beijar na
chuva. Era meu sonho beijar na chuva.
Nesse período, comecei a estudar numa
nova escola e ao longo do tempo fui fazendo amizades. Completaria meus quatorze
anos no dia 16/12 daquele mesmo ano e os meus amigos perguntando sobre o meu
primeiro beijo, se ele tinha sido bom. Eu mentia. Como eu mentia! Não sabia nem
o que era beijar, mas eu inventava historinhas que já tinha beijado. Cada amigo
ou amiga que me perguntava sobre o meu primeiro beijo, era uma nova história,
porque eu era assim: não beijava, mas falava que beijava. Ainda dizia que meu
beijo era “isso” e “aquilo”.
Quando eu chegava em casa, ia direto
pesquisar sobre “Os cinco passos para o rapaz adorar o seu beijo”. Nessa idade
eu me perguntava o tempo todo se os garotos iriam gostar do meu beijo.
Quando minhas amigas falavam pra eu
ficar com algum menino, eu sempre dizia que não, inventava alguma desculpa.
Mentia sempre por não saber beijar. Às vezes o garoto era tão lindo, tão lindo,
e eu não podia fazer nada.
Até que chegou um certo dia especial.
Dia que fui a um sítio. Lá havia piscina e vários menininhos. Fiz muitas
amizades.
Foi então que chegou uma garota
dizendo que um garoto estava olhando pra mim. Eu só pensava como eu iria
explicar pra ela que eu não sabia beijar, por isso não poderia “ficar” com ele.
Inventei logo que estava muito cansada, mas no fundo eu estava interessada.
Em seguida, fomos todos pra piscina.
Eles brincavam de nadar, “virar peixe”, mas eu, pra piorar, não sabia nadar. Só
afastei o garoto, porque eu não sabia beijar, não sabia ficar igual uma sereia
na água... paciência!
Quando, de repente, ele se aproxima
perguntando se eu queria “ficar” com ele, pois havia gostado muito de mim. O
que fazer naquele momento?
Então contei mais uma mentira. Disse
que eu estava gostando de uma pessoa. Ele saiu. À tardinha, na piscina, só
ficamos eu, minha amiga e o garoto. Ele pediu pra brincar de quem demorava mais
tempo no fundo da piscina. Eu disse que tudo bem. Quando chegamos lá no fundo,
ele me puxou e me beijou! Ele me beijou embaixo d’água. Fiquei aliviada, porque
como foi embaixo d’água, ele não tinha como saber se o beijo foi bom ou ruim.
Se ele achou o beijo ruim, a culpa foi da água. Mas se o beijo foi bom, era
qualidade minha.
Assim foi o meu primeiro beijo:
traumatizante. Sempre que eu abria a boca para beijá-lo, entrava água e saia
pelo nariz. Eu estava quase me afogando. Prometi pra mim mesma que nunca mais
beijaria, porque eu fiquei com muito nojo. Porém tudo na vida passa e
experiências melhores acontecem.
Mamaduc H. (pseudônimo), 1º B. U.E.Demerval Lobão. Outubro de 2017. Angical PI.
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